No dia 19 de agosto de 2019
iniciei uma nova etapa da minha vida, o trabalho social na Alemanha. Hoje
completos dois meses na Alemanha, gostaria de compartilhar as experiências que
vivi até aqui. Lembro como se fosse hoje quando decidi me inscrever para este
ano social, foram dias sem dormir em que eu me perguntava se era isso mesmo que
eu queria se era isso mesmo o propósito de Deus na minha vida, acredito que
tudo que eu faço e todas as decisões que eu tomo tem um dedo de Deus, podemos
até fazer uma simples imaginação de uma Montanha Russa, pode até parecer meio
bobo, mas o intercâmbio parece isso, ou seja, quando você entra na fila da
montanha russa ela parece imensa e distante, à medida que vai se aproximando o
frio na barriga vai aumentando, aumentando! Então chega o momento em que você
senta na cadeira, vem àquela trava e você pensa “Oque que eu fui inventar?”.
Mas assim que ela acelera você a princípio continua apreensivo, mas começa a
curtir e fica muito, muito bom, tanto que você não quer mais que acabe.
Estou fazendo meu ano social no
Jardim de Infância de Zornheim, trabalho com crianças em dois grupos, e ajudo
na cozinha. Nestes dois meses fiquei observando muitas coisas, coisas que eu me
peguei perguntando: “Quanto carinho, quanto amor, quanto cuidado essas pessoas
tem por essas crianças”, crianças com situações financeiras boas, que nem
conhecemos, totalmente diferente da minha realidade, amo trabalhar no Jardim de
Infãncia, estou conhecendo pessoas maravilhosas; Esse país é mesmo um país das
maravilhas como muitos dizem, cheio de coisas boas, a educação de qualidade que
se oferece no Jardim de Infância e até mesmo em escolas. Nas segundas-feiras
ajudo no projeto “Power Club”, onde conheci pessoas maravilhosas, o projeto que
tem por finalidade acolher de alguma forma pessoas com Síndrome de Down, está
sendo uma experiência incrível, nunca tinha ajudado nenhum grupo assim, e o
projeto tem algo diferente, algo que me chama muito a atenção, o olhar de cada
um, o carinho que eles têm por mim é gratificante é saber que estou no caminho
certo.
Não estou muito bom no idioma
alemão, por ser uma língua muito difícil de aprender, estou me esforçando muito
para que eu possa aprender rapidamente e contribuir de alguma forma, têm
cobranças? Sim muita como era de se esperar, mas também temos aquelas pessoas
que nos ajuda, que fala que irá ficar tudo bem, que inclusive queria destacar
aqui a importância da família que está me acolhendo, pessoas maravilhosas que
se preocupam comigo a todo o momento, mas tem uma pessoa que queria deixar bem
claro minha gratidão a ela, tenho várias mães, minha mãe biológica que tenho um
amor muito grande, minha sogra na qual me ajuda muito a não desanimar não deixar
minha fé morrer, e agora minha terceira mãe a Verena como eu chamo, ás vezes é
tão difícil dizer “Frau Steib”, eu já chamo de mama, porque é uma das pessoas
que admiro muito, que a todo o momento me ajuda no idioma, e também uma pessoa
na qual eu confio e sei que quando eu quiser posso chorar e desabafar, quando
eu estou estressado ela já pergunta: “Paulo alles gut?” (Paulo tudo bem?), ela
é mesmo um amor, obrigado por tudo, e por esses dois meses incríveis que eu
estou vivendo.
Para muitos eu estou em uma
colônia de férias, mas não é bem assim, de modo geral, dentro do imaginário
popular, quem vive no exterior está sempre bem, é um sortudo, possui algo
abstrato que muitas vezes é o desejo de muitos. Mas é bom ficar atento para a
realidade, pois todos nós, sem exceção, temos a nossa história, nossos tombos,
nossas vitórias, e no final ninguém precisa ficar colocando letreiros luminosos
por todos os percalços que passou na vida. Tem uma frase popular, muito
engraçada, que se encaixa muito bem neste contexto: “todo mundo vê as pingas
que eu tomo, mas ninguém enxerga os tombos que levo”, e esse é um fato da sua
vida, cada um sabe o quão difícil foi chegar ali. O que mostramos no exterior,
numa rede social, sempre é um momento, algo que conquistamos e estamos
conquistando no decorrer deste ano à custa de muito trabalho, esforço,
renúncias e determinação.
Enfim agradeço a Deus e minha
família, por sempre confiar em mim, pode ter certeza que eu estou morrendo de
saudades, e peço que rezem por mim, para que Deus me dê muita força e fé, para
guiar este intercâmbio da melhor forma possível, e que eu consiga entender o
verdadeiro sentido deste ano social. #AnoSocial
Autor: Paulo Henrique
Revisado por: Ana Maria Dias
Miranda
Relatório disponível no link abaixo
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